Cultura

Longa noite é um filme de Eloy Enciso Cachafeiro sobre a memória da pós-guerra espanhola. O cineasta mostra na pantalha, com toda a crueza, o desespero, o conformismo, a aceitação e a assimilação do franquismo por parte duma sociedade derrotada. Esta dureza motivou acusações de derrotismo e reacionarismo. Porém, segundo argumenta Alberte Pagán, Longa noite nom é um filme derrotista, senão o implacável retrato de uma derrota.
A discapacidade tem sido utilizada para construir, no imaginário espanhol, um determinado sujeito rural; porém, não da mesma maneira com personagens espanholas e galegas. Neste último caso, a discapacidade é utilizada para caraterizar um indivíduo contrário à modernidade e o progresso, como assinala Helena Miguélez-Carballeira nesta sua análise comparada.
As obras de artistas pop como Andrés do Barro ou Los Tamara foram interpretadas pela crítica e pelo público como paralelas às produções mais interventivas ou politizadas. Porém, é possível fazer uma leitura daquelas músicas como sendo denúncias da realidade material da Galiza do tardofranquismo. David Miranda oferece esta nova interpretação à luz da terminologia de Sara Ahmed.
A corrente de produtos audiovisuais (de circulação galega, estatal e transnacional) que mostram um entorno rural galego violento não fez senão crescer nas últimas décadas. Porém, quanto há de realidade nessas estampas? O investigador en direito penitenciário e criminologia, David Castro Liñares, contrasta as políticas de representação associadas ao Galician Noir com os dados existentes a respeito da realidade criminal galega.